Feminino: Ex-base do Vasco, Rebeca Bomani desponta como modelo e desfila para grandes grifes
Rebeca Bomani, de 23 anos, sempre teve paixão pelo futebol e buscava carreira nos campos. Nascida na comunidade de Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, ela chegou a jogar em times de base de clubes cariocas, como o Vasco. Em 2014, foi convidada a integrar campeonato para crianças em situação de vulnerabilidade e, o ano seguinte, foi para Inglaterra, onde entrou em campo como “mascotinha” do Manchester City. Em 2016, conquistou intercâmbio na Holanda e, nos dois anos seguintes, foi convidada para campeonato beneficente na Rússia.
“Eu amo futebol! Sempre acreditei que é muito mais do que um simples esporte. Comecei a jogar bola aos 12 anos e, desde a primeira vez que entrei em campo, me identifiquei”, relembrou.
“Em comunidade as coisas sempre foram mais difíceis, então o futebol me ensinou muitas coisas e, a primeira delas, foi a me sentir uma pessoa livre. O futebol me deu mais força e coragem para não desistir”, acrescentou.
Anos passaram e Rebeca almejava mais voos. Foi então que, em 2022, foi vista por um olheiro num shopping do Rio de Janeiro e começou a carreira como modelo.
“Não era um sonho, até surgir a oportunidade. Hoje, a moda mudou minha vida, me ensinou tantas coisas! Para mim, é libertador. Me sinto mais viva, encontro meu brilho, meu valor, meu lugar. Me sinto linda, me sinto grande e livre”, celebrou.
“Quando estou na passarela ou fotografando, esqueço todos os problemas, renovo minhas energias, me sinto em paz, confiante, forte e segura”, revelou.
Rebeca reúne no currículo trabalhos para grifes como Adidas, Arezzo e Farm, editoriais para Vogue e L’Officiel, além de desfiles na São Paulo Fashion Week: “Lembro minha primeira campanha, foi para contar minha história para a FIFA”, relembra.
A modelo conseguiu conciliar o futebol com a carreira nas passarelas. Ela integra o projeto social “Favela Street / Street Child”, que promove ações esportivas e culturais – como aulas de futebol até de idiomas – para jovens em situação de vulnerabilidade no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro.
“Há 10 anos faço parte desse projeto, na comunidade onde eu cresci. Ele mudou minha vida! Tive a oportunidade de viajar para diversos países e hoje compartilho minha história com outras jovens da favela. Como mulher preta da periferia, ocupando lugares que eu não imaginava, venci obstáculos e jamais deixei de acreditar. Por isso, compartilho minha vivência com outros jovens, para que também sonhem com um futuro melhor”, finalizou.
Fonte: gshow