Mais vencedor como jogador ou treinador? A história de Carlo Ancelotti

Carlo Ancelotti estreou como jogador profissional em 1976, aos 17 anos de idade. De lá para cá, não abandonou mais o futebol, que ocupa lugar central em boa parte dos seus 62 anos de vida. 

Ancelotti também ocupa um lugar central na história do futebol, tendo se destacado primeiro como meio-campista cerebral e técnico, e depois como o técnico mais vitorioso que é até hoje.

Como jogador, venceu duas vezes a Liga dos Campeões e esteve nas Copas do Mundo de 1982, disputada na Espanha, e de 1986, que teve o México como sede e Diego Maradona como o grande destaque.

Como treinador, são mais três taças da Liga dos Campeões, além de campeonatos nacionais na Inglaterra, na França e na Alemanha. Um currículo invejável, que levou o italiano a ser escolhido pela revista France Football, em 2019, como o oitavo maior técnico da história do futebol mundial.

 

Parma e Roma, o início de tudo 

Carlo Ancelotti nasceu em 10 de junho de 1959, na cidade italiana de Reggiolo. Iniciou sua carreira profissional no Parma, equipe onde estreou no time principal em 1976. 

Após três temporadas no Parma, seu futebol promissor chamou atenção de outras equipes, até que, em 1979, foi contratado pela Roma. Na capital, Ancelotti atuou ao lado de craques como Paulo Roberto Falcão, Bruno Conti e Bartolomei, e foi dirigido pelo técnico sueco Nils Liedholm. Posteriormente, Ancelotti declararia que Liedholm foi uma de suas principais referências na nova função assumida após a aposentadoria. 

Em 1979, Ancelotti estreou pela Roma em um empate de 0 a 0 com o Milan. Permaneceu oito temporadas na equipe romana, tendo conquistado um título italiano, em 1983, e quatro Copas da Itália. 

Seu brilho não foi maior por conta de lesões que impediram que tivesse uma sequência maior de jogos, e também o tiraram de partidas importantes, como a final da Liga dos Campeões (então Copa da Europa) de 1984, na qual a Roma perdeu para o Liverpool nos pênaltis, após empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.

 

O auge no MIlan

Em 1987, transferiu-se para o Milan, onde compôs com destaque uma das maiores equipes da história do futebol italiano e mundial. 

Sob a direção de Arrigo Sacchi, Ancelotti vestia a camisa 10 e comandava o meio-campo ao lado do volante Roberto Donadoni. Na defesa, italianos icônicos como Franco Baresi e Paolo Maldini, ídolos máximos do Milan. Do meio para a frente, o trio de holandeses geniais formado por Ruud Gullit, Frank Rijkaard e Marco Van Basten.

Pelo Milan foram duas Ligas dos Campeões vencidas, além de um Campeonato Mundial e de duas conquistas da Série A italiana. A última delas veio em 1992, ano que Ancelotti abandonou os gramados e se aposentou. Por um breve período. 

Pela seleção italiana, Ancelotti atuou 26 vezes, tendo marcado um gol. Esteve nos grupos que disputaram as Copas do Mundo de 1982 e 1986 e também foi convocado para duas edições da Eurocopa: a sub-21 de 1980 e a de 1988, vencida justamente por seus colegas holandeses.

 

Função nova, rotina antiga: títulos 

Logo após sua aposentadoria, Ancelotti já indicava qual caminho queria seguir ao se tornar auxiliar técnico de Arrigo Sacchi, então técnico da seleção italiana. 

Após desempenhar a função de auxiliar entre 1992 e 1995, estreou como treinador principal na Reggiana, na temporada de 1995, tendo conquistado o acesso para a Série A com a equipe. 

Em 1996, foi contratado pelo Parma, equipe em que estreou como jogador. Novamente, o Parma ajudou Ancelotti a se projetar, principalmente com o vice-campeonato da Série A conquistado em 1996-97.

Em 1999, foi contratado pela Juventus, e sem títulos acabou demitido em 2001, mesmo ano em que assumiu o Milan. Ali dirigiu craques como Paolo Maldini e Andrey Schevchenko, que o ajudaram a conquistar a Liga dos Campeões em 2003, vencida nos pênaltis contra a Juventus, em uma grande atuação do goleiro brasileiro Dida.

Permaneceu como treinador do Milan até 2009, tendo conquistado mais uma Liga dos Campeões, em 2007, ano em que Kaká foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA, uma Série A e uma Copa da Itália, além do Mundial de Clubes de 2007.

Com os dois títulos da Liga dos Campeões, o italiano se tornou a sétima pessoa a ter sido campeã jogando e depois como treinador, ao lado de Miguel Muñoz, Johan Cruyff, Giovanni Trapattoni, Frank Rijkaard, Josep Guardiola e Zinedine Zidane.

Após sair do Milan, treinou o Chelsea, onde também obteve sucesso, tendo conquistado a Premier League e a FA Cup. Em 2011, transferiu-se para o Paris Saint Germain e novamente foi campeão nacional, tirando o time de uma fila que vinha desde 1994. 

Em 2013, mudou-se para o Real Madrid, onde ganhou mais uma Liga dos Campeões, a décima da equipe merengue e a quinta de sua carreira, incluindo os tempos de jogador e treinador. 

Não satisfeito, Ancelotti ainda treinou o Bayern de Munique por duas temporadas, tendo vencido uma vez a Bundesliga, o Napoli e o Everton, antes de retornar, em junho de 2021, ao Real Madrid, recebendo a missão de reformular uma equipe acostumada com títulos e que ainda não se reergueu após a saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus. 

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