Média de público do Vasco em São Januário em 2022 é a maior entre todas as vezes que jogou a Série B
Os jogos do Vasco na Série B do Brasileirão têm sido um espetáculo mais pelo que acontece nas arquibancadas do que propriamente dentro de campo. Enquanto o time comandado pelo técnico Zé Ricardo vem conseguindo ser efetivo, mas sem atuações brilhantes, os torcedores lotam os jogos, dão trégua nos protestos e têm papel fundamental no bom momento da equipe na competição.
A vitória sobre o Brusque na quinta-feira ficou marcada pela comemoração efusiva de Nenê no segundo gol. Depois da validação do árbitro de vídeo, o camisa 10 correu em direção à arquibancada, recebeu das mãos do mascote Almirante uma bandeira do Vasco e foi festejar perto da torcida, que compareceu com mais de 18 mil pessoas em São Januário.
“Eu tentei recompensar a torcida, que tem nos apoiado nos jogos. Fiquei muito feliz na hora e saí correndo igual um doido (risos)”, disse o experiente jogador. Curiosamente, na primeira vez em que disputa a Série B por dois anos seguidos, o Vasco leva mais público ao estádio do que nas outras ocasiões em que jogou a competição. A média de pessoas que pagaram ingresso nos cinco primeiros jogos como mandante em 2009, 2014*, 2016 e 2021 não passou de 10 mil.
Este ano, a média é de 15.670 torcedores pagantes por jogo.
Vasco 1 x 1 Vila Nova – 16.621
Vasco 1 x 0 Ponte Preta – 8.769
Vasco 1 x 0 CSA – 15.447
Vasco 1 x 0 Bahia – 19.272
Vasco 2 x 0 Brusque – 18.242
De fato, os vascaínos têm comparecido em peso aos estádios, no plural. Como visitante, o Vasco jogou com maioria de torcida nos empates com Tombense, em Muriaé, e Guarani, em Manaus – os mais de 33 mil torcedores na Arena da Amazônia representaram a maior renda de bilheteria da história do Bugre.
Contra CRB e Chapecoense, os torcedores também encheram seus setores. Edimar, experiente lateral-esquerdo com passagens por Cruzeiro e São Paulo, disse ao ge que nunca havia visto algo parecido. “Eles não param, e você vê que é aquela coisa mesmo de alma”, disse ele.
A festa nas arquibancadas tem sido figurinha carimbada nas entrevistas de atletas e membros da comissão técnica. Um dos jogadores do elenco mais identificados com a torcida, Thiago Rodrigues fez a festa depois da vitória sobre o Brusque (veja no vídeo abaixo). O goleiro jogou uma camisa para a arquibancada e comemorou com a massa vascaína. – Isso aqui é Vasco, tem que respeitar! Isso aqui é muito grande. Quando você entende o que você representa, é do caramba isso aqui – afirmou em meio a gritos de “é o melhor goleiro do Brasil!”.
Trégua nos protestos
O bom momento na Série B deu uma trégua nos protestos, que ficaram bastante evidentes nos primeiros jogos em São Januário. Principalmente contra Ponte Preta e CSA, momentos em que a equipe chegou muito pressionada pela vitória, a torcida pegou no pé do técnico Zé Ricardo e de alguns jogadores. Uma organizada do Vasco chegou a publicar uma carta pedindo publicamente o desligamento do treinador, com protestos ganhando eco em correntes nas redes sociais.
Contra Brusque e Bahia, com o time melhor posicionado na tabela, vaias e insultos deram lugar a cantos de apoio desde antes de a bola rolar até depois do apito final. Nesta quinta, Edimar e Getúlio, alvos de críticas em outros momentos da temporada, foram importantes no lance do segundo gol, por exemplo.
O lateral-esquerdo lançou o atacante, que deu a assistência para Nenê. O próprio camisa 10 andou sendo criticado recentemente. – A gente depende muito da nossa torcida, que empurra a gente o tempo todo, uma demonstração linda dentro de São Januário, fora de São Januário. Então, é um momento muito legal – disse Zé Ricardo depois da vitória por 2 a 0.
O próximo compromisso do Vasco na Série B também é em São Januário: a equipe pega o Grêmio na próxima quinta-feira, às 20h (de Brasília).
A venda de ingressos já está aberta, e a expectativa, como de costume, é de casa cheia. *Em 2014, o Vasco atuou com portões fechados nas quatro primeiras partidas em casa por conta da confusão na última rodada do Brasileirão do ano anterior.
Portanto, foram considerados para a média os cinco jogos a partir do empate com o Sampaio Corrêa (6ª rodada), o primeiro sem a punição.