Luiz Mello fala sobre reforma em São Januário, concessão do Maracanã, reforços e pagamento de dívidas

Luiz Mello fala sobre reforma em São Januário, concessão do Maracanã, reforços e pagamento de dívidas Quarta-feira, 12/04/2023 – 12:45 O CEO do Vasco, Luiz Mello, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira, no CT Moacyr Barbosa, para falar sobre os novos planos do Sócio-Torcedor. O programa foi reformulado, os valores foram reajustados, e novas categorias foram criadas. O Vasco analisou que o aumento nos preços dos planos eram invitáveis, uma vez que o programa de sócio-torcedor não era reajustado há quatro anos.

– Analisamos desde o ano passado a questão do sócio-torcedor. O sócio-torcedor tinha uma vertente do check-in, tinha por histórico a questão da black friday, do desconto, e aos poucos a gente vem mudando o contexto. Fizemos uma análise histórica de como era até chegar nesse modelo.

– Hoje, vamos ter duas linhas de receitas. Do sócio-torcedor, com prioridade, que membro poderá pagar um valor, e o valor de ingressos. Vamos ter duas linhas de receitas diferentes. Ano passado, dependendo do jogo, teve até este ano, uma mensalidade do sócio era mais barata que o ingresso. Se o Vasco jogava em casa duas ou três vezes, ele pagava um e ia três vezes. Se analisarmos alguns jogos, a quantidade de sócios-torcedores na social e nas arquibancadas, não era condizente. A pessoa fazia o check-in e não vinha, ou repassava. Aí começamos a criar um problema estrutural no nosso sócio-torcedor. Resolvemos atacar esses problemas, a questão dos check-ins, da CBF, a falta de comprometimento dos check-ins, para que tivéssemos o melhor plano de sócio-torcedor.

São sete categorias disponíveis. A mais cara, no valor de R$ 708,00 mensal, é a Dinamite-Eterno, que dá direito a check-in em todos os jogos e setores, além de um convidado com check-in e outro com desconto de 50%. A categoria também inclui outros benefícios. Confira todos os planos aqui. Para Luiz Mello, o reajuste é algo que vai acontecer com todos os clubes.

“Estamos discutindo há quase três meses esse processo e vimos que outros clubes também vão fazer isso. Vai acontecer isso no mercado. O mercado vai ter que se adaptar. Esses planos de check-ins que você paga, com esses descontos nos borderôs, você terá alguns milhares de reais que você vai ter que pagar”, Luiz Mello.

Luiz Mello também afirmou que as mudanças foram necessárias para evitar um impacto financeiro de milhões por conta das determinações da CBF.

– Na questão da CBF, a Ferj já tinha isso, no borderô da Ferj era diferente. A CBF lançou isso depois no RGC, que acabamos entrando depois. Antigamente, tínhamos outras análises de artigo por artigo. Não entramos, não aprofundamos. Quando vimos como seria para o Campeonato Brasileiro, vimos que isso teria um impacto em alguns milhões no nosso dia a dia. Como estávamos remodelando, resolvemos incorporar isso.

Quem já é sócio-torcedor, com plano ativo, não vai precisar migrar agora. No entanto, no momento da renovação, será necessário se adequar os novos planos. Após o encerramento desses contratos, porém, os sócios que desejarem continuar deverão adquirir um novo plano, respeitando o modelo atual.

Confira outras respostas de Luiz Mello

Reformas em São Januário

– São Januário é um estádio antigo, que precisa de algumas mudanças estruturais. E aos poucos a gente vem fazendo isso. Desde o ano passado, a gente entende que a logística de chegada em São Januário não é interessante. Fizemos uma concorrência para anunciar uma nova tiqueteira e em breve vamos anunciar uma nova tiqueteira. Então, justamente, melhorando a experiência do torcedor. Outra discussão do torcedor é em relação aos bares. Fizemos uma concorrência, fomos a público, para dar uma nova oportunidade ao torcedor e em breve vamos anunciar isso. Além disso, entendo que a jornada do torcedor temos que encarar ela. Vamos atacar todos os pontos aos poucos, mas entendemos que é um processo. Não adianta eu falar que vou mudar tudo dois meses, três meses. Entendemos que a torcida é ansiosa, mas temos que fazer isso dentro de um prazo que faça sentido.

“A manutenção de São Januário é complexa. Eu sei que o torcedor quer todas mudanças ao mesmo tempo, quer chegar aqui e ter uma arena de Copa do Mundo, mas não conseguimos ao mesmo tempo”

– O anseio do torcedor é o nosso. Resolvemos fasear as mudanças. A SAF tem sete meses de criação e resolvemos focar em algumas melhorias de infraestrutura. A primeira foi no CT, fizemos algumas melhorias. O estacionamento era esburacado, compramos novos equipamentos, melhoramos estruturas de academias… Depois começamos a dar estrutura na base. Vamos chegar em São Januário. O problema é que lá há muitos anos não tem uma obra estruturante. Você sempre vai fazendo maquiagens. Todo mundo que chega em São Januário, a questão da limpeza. Não é simplesmente fazer uma limpeza. Você tem camadas de tintas e camadas de tintas, que se você chegar lá e jogar um jato, elas saem. Mas a estrutura de São Januário não tem impermeabilizantes. Então, você está gerando um problema. Você vai limpar, vai ficar bonito, mas terá um problema estrutural. Tudo que a gente faz, você tem que considerar que temos jogos. Nessa pausa, resolvemos melhorar o gramado, pois entendemos que o gramado é importante. Depois vamos para o banheiro, que é algo que o torcedor reclama muito.

Maracanã

– O Maracanã é um tema importante, que temos que colocar na mesa. O Vasco desde o momento da virada de SAF, sempre dissemos que o Vasco tem que estar no Maracanã. O Maracanã é a casa do Vasco e vai continuar sendo a casa do Vasco. Eu acho inaceitável não estarmos sentados na mesa para discutirmos o Maracanã. Desde o começo conversamos com todos os agentes importantes nesse processo. Trouxemos parceiros importantes. O Maracanã é importante, é a casa do Vasco. – Não só falado publicamente, temos feito reuniões com o governo, com a Casa Civil, colocamos o Ministério Público… Temos interesse no Maracanã, vamos participar e achamos inaceitável não sermos chamados para participar.

“A gente entrou na justiça para podermos jogar no Maracanã contra o Sport. Sabemos da importância do Maracanã para os vascaínos. Se for preciso entrarmos na justiça novamente, vamos entrar”

Reforços

– O Vasco, no começo do ano, fez uma das maiores janelas da história do Vasco. Acho que ninguém aqui vai ser contra isso. Fomos criteriosos na aquisição de atletas, eram atletas com potencial de crescimento, mas a maioria já atletas com Copa do Mundo, seleções… O Vasco ao mesmo tempo que trouxe 14 atletas, tivemos que dispensar outros 20. Trouxemos diretor técnico, um novo técnico… Analisando com calma, participamos de duas competições. No Carioca, fomos competitivos, chegamos à semifinal. Terminamos em terceiro. Entendemos que o Vasco tem sempre que entrar para brigar, mas foi um processo. Na Copa do Brasil, infelizmente, saímos. Ficamos frustrados, assim como o torcedor. Não era o resultado que queríamos. Estamos sempre buscando melhorar. Não vou entrar no mérito se vamos buscar um ou dois. Demos o orçamento para o Paulo e para a diretoria de futebol. E a gente vem certificando que vamos cumprir as metas. Se tiver oportunidade de mercado, vamos buscar o que for melhor para o clube.

Novo camisa 10

– Um camisa 10 não é fácil. Poucos clubes no Brasil tem um camisa 10. Por isso, você tem várias formas de jogar. Tem clubes que não jogam com camisa 10 clássico. Dependendo da forma que você jogue, um meia pode jogar por dentro ou fora. Não vou entrar na questão tática. Mas vamos estar atento. Temos um elenco muito competitivo. Trouxemos atletas e acreditamos no potencial, dentro do que é organizado.

Philippe Coutinho

– A gente em nenhum momento criou a expectativa de trazer um jogador específico. Se o Philippe Coutinho estiver disposto, disponível e cumprir todos os requisitos, vai ser muito bem vindo. É muito mais da parte dele querer voltar do que a gente trazer, assim como foi o Alex Teixeira.

Pagamento de dívidas

– Não vou entrar muito nesse tema por questões de confidencialidade. Tem coisas que não posso abrir, pelo contrato que temos de confidencialidade, não posso entrar no mérito do que foi gasto ou deixa de ser gasto. O que o Vasco já pagou é público, acabaram de fazer uma reportagem sobre o RCE pago pelo Vasco. A gente já pagou mais de R$ 30 milhões. Por um lado, já pagamos dívidas antigas com a FERJ, com a CBF. O investimento realizado desde que viramos SAF vem sendo acompanhado e vem servindo como pagamentos de dívidas, salários, gramados.

Coutinho nos tempos de Vasco

Fonte: ge