Remo: Yasmin Guimarães hasteou bandeira do Orgulho LGBTQIA+ na sede náutica do Vasco Quarta-feira, 28/06/2023 – 14:39 No Dia do Orgulho LGBTQIA+, o Vasco hasteou a bandeira em apoio ao movimento na sede náutica, na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro. A responsável pelo ato foi Yasmin Guimarães, atleta do remo.
O que aconteceu
Yasmin tem 17 anos, é moradora da Rocinha e pansexual assumida. Ela atua no remo desde 2021.
Ela conquistou o primeiro pódio ao alcançou o primeiro lugar na Regata do Futuro 2021, e recebeu a medalha com a bandeira LGBTQIA+.
Atualmente, está na categoria Júnior A (2000 metros).
“Foi muito legal eu ser chamada para ser essa representante. As pessoas viram como eu me expresso e me fizeram esse convite. Fico lisonjeada”, disse.
Yasmin Guimarães é atleta de remo do Vasco e hasteou bandeira LGBTQIA+ na sede náutica do clube |
Apoio da família e planos para o futuro
Mais nova de seis irmãos, Yasmin salienta que o apoio familiar, principalmente da mãe, sempre a impulsionou.
“Um evento desse é importante para o esporte e para a sociedade. É legal esse tipo de apoio, ainda mais em um clube grande. Estamos em uma sociedade que massacra os LGBTQIA+”, ressalta.
A atleta conta que já viu amigos serem vítimas de preconceito de diversas formas.
“Amigos meus já foram xingados e até apanharam na rua pelo simples fato de serem homossexuais”, afirma.
Yasmin está no 3º ano do Ensino Médio e quer cursar faculdade de educação física e psicologia.
Com 1,88m, ela descobriu o remo após passar por modalidades como o vôlei. Atualmente, ela já tem duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze:
“Sempre fui alta. Já joguei vôlei e outras modalidades, mas fiz um teste para saber como era o remo, passei a praticar e, desde então, me apaixonei. Não quis mais largar”.
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Violência no Brasil
De acordo com estudo publicado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2022 ocorreram 273 mortes de LGBTQIA+ de forma violenta no país.
“Mesmo em um cenário onde alcançamos conquistas consideráveis junto ao poder judiciário, percebemos a recorrente inércia do legislativo e do executivo ao se omitirem diante da LGBTIfobia, que segue acumulando vítimas e que permanece enraizada no Estado e em toda a sociedade”, diz parte do texto publicado.
Ainda segundo o GGB, “considerado o número de vítimas por milhão de habitantes, o ranking da violência LGBTIfóbica é liderado por Ceará, com 3,80 mortes, Alagoas, com 3,52 mortes, e Amazonas, com 3,29 mortes”.
Ações do clube
Nos últimos anos, o Vasco fez algumas ações em apoio ao movimento LGBTQIA+.
Hoje foi hasteada a bandeira e haverá a reunião de torcidas LGBTQIA+ do clube na sede náutica.
Existe um planejamento do coletivo Vasco LGBTQIA+ de realizar um encontro com os coletivos de outros clubes no mês que vem, com a intenção de trocar experiências e discutir formas de ação em conjunto.
Anteriormente, o Cruz-Maltino lançou camisas com a faixa diagonal com as cores do movimento e também colocou as cores da bandeira nas bandeirinhas de escanteio.
No ano passado, as torcidas organizadas do Vasco assinaram um código de conduta e ética preparado pelos departamentos Jurídico e de Integridade do clube, onde se comprometeram a adotar práticas para fomentar a luta contra a violência, assédio e discriminação nos estádios.
Por que dia 28 de junho?
O dia 28 de junho foi adotado como Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data remete a um episódio que aconteceu em 1969.
Na ocasião, durante a madrugada, policiais de Nova York à paisana fizeram uma batida no Stonewall Inn, um dos mais populares bares entre a comunidade LGBT da região.
Pessoas que estavam no local foram agredidas e algumas detidas. Frequentadores, indignados, jogaram objetos nos policiais e tentaram virar uma viatura.
Após o episódio, houve protestos nas proximidades do Stonewall e a movimentação durou dias.
Fonte: UOL