Ex-árbitros falam sobre lances polêmicos de Fluminense x Vasco Domingo, 21/04/2024 – 08:52 O clássico Fluminense 2×1 Vasco, realizado neste sábado (20) pelo Campeonato Brasileiro, ficou marcado por ao menos duas polêmicas de arbitragem. O UOL entrevistou ex-árbitros e coletou a opinião de outros especialistas, que abordaram as jogadas na televisão.
Pênalti de Manoel?
Aos 14 minutos do 1° tempo, Vegetti recebeu passe cruzamento, finalizou e viu a bola bater no braço de Manoel, que tentava bloquear o chute do vascaíno dentro de sua área.
Wilton Pereira Sampaio mandou o jogo seguir e não recebeu orientação para checar o lance no VAR, comandado por Rodolpho Toski Marques.
Manoel Serapião. “O Manoel estava tão no contexto da jogada que se considera que estava disputando a bola e, desta forma, seu braço estava em posição compatível com o movimento. O Vegetti também não está com os braços junto ao corpo. Não foi infração, mas o que se pratica no Brasil é outra história. Ressalto que não vejo a posição do goleiro: se ele, indiscutivelmente, não podia defender a bola, seria penal e cartão amarelo, pois um gol teria sido evitado.”
Emidio Marques. “A bola chutada pelo Vegetti vai ao encontro do braço do Manoel de forma acidental e nunca intencional. Além disto, o Manoel está em posição natural e com o braço abaixado, não levantado. Não foi criada uma área que pudesse ser usada como benefício. A atitude do Wilton foi correta e, pelo protocolo do VAR, não cabe interferência, já que deve predominar a interpretação do que aconteceu no campo.”
Guilherme Ceretta. “Eu não marcaria porque a bola bate no braço que está em frente ao corpo. Se fosse no outro, que estava aberto teria que ser marcado pênalti. Mas a falta de critério acaba deixando todo mundo sem saber a verdade. O que vão marcar? O que não vão? Estamos na 3ª rodada e podem anotar: durante o campeonato, o próprio Wilton vai marcar pênalti em um lance como este.”
Carlos Eugênio Simon, na ESPN. “Não foi pênalti: o Vegetti gira o corpo, bate e o Manoel está tentando recolher o braço. Na imagem, não fica claro se pegaria na barriga ou não, mas pega no antebraço. Não é gesto antinatural e não é mão deliberada, portanto não é pênalti. A ressalva é que é o árbitro de vídeo deveria chamá-lo. O Wilton deveria ter ido na beira do campo analisar o lance.”
O que falou Toski no VAR?
“A gente tem de ver se essa bola passaria ou bateria no corpo. […] Eu não vejo movimento adicional, deliberado. Vejo um braço natural. Se a bola não bate no braço, bateria no seu corpo. Vamos ver pela outra [câmera]. Tem proximidade, ele não amplia o braço para trás, a bola bateria no corpo dele. Tudo checado. Bola bate no braço, mas não tem movimento adicional”
Ganso expulso?
Autor do primeiro gol da partida, Ganso virou alvo de críticas de torcedores por chutar Matheus Carvalho após uma falta do meio-campista do Vasco. Wilton deu cartão amarelo aos dois jogadores e, assim como no lance do suposto pênalti, não foi chamado pelo VAR.
Manoel Serapião. “O contato foi de perna com perna e não teve força excessiva, apesar de ter acontecido fora da disputa da bola. Acho que o cartão amarelo está no limite.”
Emidio Marques. “Foi uma conduta equivalente a jogo brusco grave, logo, cabe advertência (cartão amarelo). Se foi um chute, que é este caso, é equivalente ao jogo violento, então só cabe expulsão. A ação é intencional, deliberada e isolada. A bola não está em disputa, logo, trata-se de conduta violenta. O árbitro deve interromper o jogo e reiniciar com tiro livre para a equipe adversária. O Ganso teria, obrigatoriamente, de ser expulso.”
Guilherme Ceretta. O Ganso teria que ser expulso, mas para o controle do jogo, o Wilton foi bem: em algumas decisões, é preciso pensar no jogo, e não pensar no lance em si. Pela atitude, cartão vermelho, mas pelo controle de jogo, foi bem.”
Carlos Eugênio Simon, na ESPN. “É vermelho, é agressão. O Ganso leva um tranco pelas costas e dá um pontapé no adversário. É conduta violenta. O VAR também deveria ter chamado o árbitro.”
Ulisses Tavares. “É um lance delicado. Pelo que vi nas imagens, se realmente houve a agressão em revide de uma falta — e fora da disputa da bola —, o Ganso deveria ter sido expulso.”
Fonte: UOL