CRVG e Crefisa se limitam a naming rights e fundo árabe é opção para a SAF do Vasco

CRVG e Crefisa se limitam a naming rights e fundo árabe é opção para a SAF do Vasco Terça-feira, 21/05/2024 – 11:16 Como informado por PVC, colunista do UOL, o Vasco já sabe que o empresário José Roberto Lamacchia não irá adquirir as ações da 777 Partners. O investimento da Crefisa será nos naming rights de São Januário após a reforma. A opção à SAF que tem avançado é a de um fundo árabe.

O que aconteceu

A pressão interna no Palmeiras foi o principal motivo para Lamacchia não ir além dos naming rights. Sua esposa, Leila Pereira, é presidente do clube, busca a reeleição e a oposição a acusa de conflito de interesses diante das notícias de possível compra da SAF do Vasco. O empresário e o Cruzmaltino, porém, negam publicamente conversas no sentido de aquisição da Sociedade Anônima de Futebol.

O presidente do Vasco, Pedrinho, tem mantido conversas com um fundo árabe. As tratativas se intensificaram após a diretoria obter uma liminar onde retomou o controle da SAF das mãos da 777 Partners.

Os árabes já haviam manifestado interesse no Vasco anteriormente. No entanto, a avaliação era a de que a 777 Partners não estava disposta a fazer negócio, o que tinha feito o fundo recuar. O quadro, porém, mudou com a nova configuração da SAF e a disposição dos americanos em vender sua parte na Sociedade Anônima de Futebol.

O BTG Pactual e a XP também procuraram o Vasco recentemente em nome de outros fundos. As empresas são especializadas em intermediações de SAF no Brasil e concluíram esse tipo de transação na maioria dos clubes do país. Porém, o fundo árabe está à frente nas negociações com o Cruzmaltino.

A 777, porém, faz jogo duro. Não no sentido de que não queira vender, mas nos valores pedidos. A empresa norte-americana entende que valorizou a SAF do Vasco após pegá-la com o clube na Série B e consegui-la subir. Além disso, houve um aumento de receitas no período.

Estima-se que a holding esteja acenando com cerca de R$ 1 bilhão para a venda, sendo R$ 600 milhões referentes aos 31% que ela já adquiriu e mais R$ 400 milhões que se referem aos 40% que o Vasco retomou com a liminar.

A 777 entende que derrubando a liminar terá mais instrumentos para lucrar com a venda da SAF, já que possuirá, sob seu domínio, os 40% que ainda precisam ser pagos e que equivalem a R$ 400 milhões.

Lamacchia chegou a se reunir com a 777

Lamacchia chegou a se reunir com a 777 Partners. O representante dos americanos no encontro foi Josh Wander. A reunião aconteceu na última vinda do norte-americano ao Brasil, que aconteceu dois dias antes da estreia do Vasco no Campeonato Brasileiro, em abril. O executivo, aliás, não ficou para acompanhar a vitória cruzmaltina sobre o Grêmio, por 2 a 1, em São Januário.

O motivo da reunião foi para Lamacchia avaliar a possibilidade de compra da SAF. Wander, na ocasião, se mostrou aberto à negociação e valores foram discutidos. Instabilidades jurídicas, no entanto, fizeram com que as tratativas não dessem um passo à frente e o empresário brasileiro voltou à ideia inicial de investir nos naming rights de São Januário.

O que torna a situação mais confusa é que Josh Wander, que se reuniu com Lamacchia, se afastou ao cargo de gerente da 777 nos últimos dias. Não só ele como Steve Pasko. Os dois são sócios-fundadores da empresa e tomaram a decisão após a série de processos de fraude que a holding enfrenta pelo mundo.

A situação ainda causa reflexos na SAF do Vasco. Isso porque tanto Wander como Pasko integram o conselho de Administração da SAF com mais três indicados pela 777, além do presidente associativo, Pedrinho, e seu vice, Paulo César Salomão.

A renúncia deles ao cargo, inclusive, virou instrumento jurídico na ação do Vasco contra a empresa. O associativo entende que a saída deles fere o contrato da SAF.

A 777 Partners enfrenta uma crise e contratou uma empresa especializada em falências. Na Bélgica, ela teve seus bens bloqueados por conta de dívidas com o Standard Liége, que também faz parte da carteira de clubes da companhia.

A principal motivação do Vasco na ação é evitar o que aconteceu com o Standard Liége. Outro ponto que fez a associação ingressar com o processo foi uma precaução para que o Cruzmaltino não seja utilizado como moeda de troca por dívidas em uma eventual falência da 777.

Fonte: UOL