EX-ATACANTE RESERVA QUE NÃO FAZIA GOLS, COBRA DÍVIDA MILIONÁRIA DO VASCO

Pouco menos de dois meses após deixar o Vasco, Ribamar decidiu cobrar salário atrasado e demais direitos trabalhistas que julga ter direito na Justiça. O processo, ainda em fase inicial, tem valor estimado em quase R$ 1,5 milhão.

Ribamar deixou o Vasco em 22 de dezembro do ano passado, após ter um desentendimento com o então técnico Ricardo Sá Pinto – o vínculo venceria em 31 do referido mês. Contratado por empréstimo em dezembro de 2018 do Ohod, da Arábia Saudita, nunca caiu nas graças da torcida e tampouco foi titular absoluto: marcou oito gols em 61 jogos.

A reclamatória corre na 17ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro e foi distribuída no último dia 10 de fevereiro. O Vasco já foi notificado, porém, ainda não se manifestou no processo – está dentro do prazo.

De acordo com o relatado pela defesa do atleta, a cobrança é de R$ 1.428.990,00. Ela é referente a salário atrasado, 13º proporcional, FGTS e verbas rescisórias. Há pedido de pagamento de multas e indenizações também.

O Vasco tem o Ato Trabalhista, acordo que concentra as dívidas com ex-funcionários. Mesmo assim, o montante não para de subir. Em recente manifestação, o presidente Jorge Salvado revelou que a dívida total está na casa dos R$ 720 milhões, incluindo fiscal, bancária e trabalhista.

PREJUIZO DO VASCO REBAIXADO É MUITO MAIOR QUE SE IMAGINAVA E PRESIDENTE SÓ FALA NA SEXTA SOBRE ELENCO E TREINADOR

Em longa reunião realizada em São Januário entre 15h e 19h desta segunda-feira, Jorge Salgado, todos os vice-presidentes do clube, o CEO Luiz Mello e o executivo de futebol Alexandre Pássaro sentaram-se para planejar o cenário da Segunda Divisão, já que o Vasco está virtualmente rebaixado no Campeonato Brasileiro.

Quando elaborou o Plano de 100 dias e posteriormente o Plano de 15 dias para tentar salvar o clube da degola, a diretoria sempre trabalhou com a permanência na elite do futebol brasileiro. Os resultados não vieram, e o iminente rebaixamento teve efeito de “meteoro”, termo utilizado durante o encontro desta segunda-feira, no Vasco.

Com o “impacto meteórico”, não restou outra alternativa à direção. A pauta principal da reunião foram sim os impactos da Série B. O mais significativo deles é a estimativa de uma perda que varia de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões em receitas.

A questão financeira norteou a conversa, tanto que Adriano Mendes, VP de Finanças e Estratégia, e sua equipe apresentaram diversos cenários. Entre eles estão corte de pessoal e de despesas, mas fundamentalmente uma reforma estrutural.

Salgado e seus vices saíram da reunião com a impressão de que, embora tenham de administrar uma “tragédia” representada pelo rebaixamento, a crise vai obrigar a remodelagem de todo o funcionamento do clube com uma extensa reforma estrutural.

A diretoria prioriza dentro dessa transformação proposta mudanças no estatuto, melhoria no relacionamento com o sócio e se tornar um clube sustentável. O grupo entende que tal atitude não foi tomada especialmente nos três últimos anos e, por isso, o Vasco está à beira do quarto rebaixamento.

VP de marketing, Vitor Roma, que esteve na reunião, manifestou-se via Twitter. Não fez alusão direta somente à gestão de Alexandre Campello, mas também às de Roberto Dinamite e Eurico Miranda, que participaram dos outros três rebaixamentos.

– Como vascaíno, nesse momento a dor é profunda. Todo o sentimento de indignação e tristeza da torcida é absolutamente legítimo. A torcida é a razão de ser do Vasco e todo sentimento que vem dela é sagrado. Vamos trabalhar e muito pra promover as mudanças necessárias para que o Vasco retome o seu lugar de protagonista.

– O clube teve três chances para se reconstruir e falhou em todas. Não falharemos nessa. Tentamos dar condições para que este grupo saísse dessa: duas folhas em 20 dias, Benítez por empréstimo, treinador e diretor de futebol; nos esforçamos para dar a estrutura que precisavam (Atibaia, concentração integral, bichos, voo fretado, etc). A equipe não conseguiu reagir. É hora de falar pouco e entregar muito. E mesmo assim será menos do que a torcida do Vasco merece depois de tantos anos sofrendo. A mudança definitiva começa agora – afirmou Roma.
O presidente Jorge Salgado só falará oficialmente na próxima sexta-feira, quando concederá entrevista coletiva já com o cenário da próxima temporada desenhado. Ele provavelmente dividirá a mesa com Carlos Roberto Osório e Roberto Duque Estrada, primeiro e segundo vices-presidentes respectivamente.

Essas palavras de Roma reforçam o sentimento da nova diretoria do Vasco. Para eles, a conta que o clube está pagando não é dessa gestão. No entendimento de Salgado e seus pares, o problema advém da tumultuada eleição de 2018, na Lagoa, quando Campello foi eleito após ruptura com Julio Brant.

Luxa e elenco de 2021 ainda indefinidos

Embora Alexandre Pássaro, homem forte do futebol, tenha participado da reunião para traçar metas com vistas à Série B, pessoas que estiveram no encontro garantem que o futuro de Vanderlei Luxemburgo ainda não foi definido. Cortes de atletas ou contratações para o plantel que disputará a próxima temporada também não foram definidos.

Salários sem previsão

Outra preocupação que Jorge Salgado sempre reforça em entrevistas é a necessidade de manter os salários em dia. Atualmente o débito do clube com atletas e funcionários é de três meses: dezembro, janeiro e o 13º. A última folha, aliás, venceu nesta segunda-feira em acordo formal feito entre diretorias anteriores e o grupo de colaboradores.

A possibilidade de diminuir essa dívida foi aventada durante a reunião, o departamento financeiro tratou do tema, mas todos saíram com a impressão de que não haverá pagamentos até sexta-feira.

Esperança viva de impugnar Vasco 0x2 Inter

O departamento jurídico também teve papel importante na reunião desta sexta-feira. Fizeram uma longa apresentação de como pretendem impugnar a derrota por 2 a 0 para o Internacional, sofrida no último dia 14. Na ocasião, Rodrigo Dourado marcou gol em posição duvidosa, e não houve checagem pelo VAR.

O Vasco ainda não recebeu o material da CBF com os áudios e vídeos do VAR daquela partida. Vale lembrar que no último sábado o STJD intimou a entidade que controla o futebol brasileiro a encaminhá-lo ao clube.

A direção entende que, dependendo do que receberá e consequentemente utilizará como prova, é possível, sim, anular o jogo entre Vasco e Internacional.

BBB X CARIOCA: RECORD QUER MUDAR TABELA PARA CONCORRER COM REALITY

A Record decidiu mudar os planos iniciais que tinha para a exibição do Campeonato Carioca 2021, que começa no próximo dia 3 de março. Por demandas comerciais, as partidas serão totalmente exibidas no horário nobre da emissora de Edir Macedo. Os dias escolhidos prioritariamente pela TV são terças e sábados, em horários distintos, mas próximos: às 21h30 e 21h, respectivamente.

Com isso, alguns jogos do Estadual do Rio irão bater de frente com o dia mais forte do “Big Brother Brasil 21”: a eliminação da semana no reality show comandado por Tiago Leifert na Globo. A coluna apurou que a Record entende que consegue ocupar o segundo lugar com tranquilidade e que esse é o objetivo nas rodadas iniciais. Mas o principal motivo por trás da decisão são as marcas que querem anunciar nas partidas.

A concorrência com o “BBB21” é preocupante pelos números de audiência alcançados pelo programa. Nas terças em São Paulo, o programa tem média de 30 pontos no Ibope (cerca de 6,4 milhões de telespectadores na principal região metropolitana do país). A repercussão do reality também impressiona: é a atração televisiva mais comentada na história do Twitter.

Para ter a maior exposição possível, anunciantes e o departamento comercial da Record chegaram à conclusão de que exibir os cotejos no horário noturno é o mais adequado.

A proposta inicial dava conta de jogos aos sábados à tarde e visava tentar a liderança de audiência no Rio de Janeiro. Mas à noite, mesmo que perca para a Globo, a Record entende que pode alcançar um maior número de telespectadores. Os jogos também devem receber com bons números da novela bíblica “Gênesis”, hoje o maior Ibope do canal.

Outro ponto é que os clubes, representados pela agência Sportsview, que pertence ao ex-executivo da Globo Marcelo Campos Pinto, queriam jogos em horário nobre por acreditarem justamente na maior exposição. Os primeiros jogos que serão exibidos em TV aberta pela Record devem ser definidos ainda nesta semana, quando será finalizado o Campeonato Brasileiro.

Curiosamente, terça às 21h30 é o mesmo horário escolhido pelo SBT para a exibição de jogos da Libertadores da América desde o mata-mata da temporada 2020. Já o horário dos sábados às 21h é histórico na Record. Em 2003, a emissora exibiu os jogos da Série B com Palmeiras e Botafogo nessa faixa, com narração de Luciano do Valle, e conseguia ganhar da Globo em alguns momentos.

Record vai pagar R$ 26 milhões por dois anos do Carioca na TV

Neste ano, a Record pagará R$ 11 milhões de cota aos clubes. Em 2022, o valor sobe para R$ 15 milhões. Mylena Ciribelli, contratada desde 2009, será o principal rosto do Carioca na Record. A jornalista de 53 anos gravou chamadas para apresentar a novidade ao telespectador da emissora, apresentará atrações pré-jogo e comandará os intervalos das partidas exibidas. Além disso, seguirá à frente de quadros esportivos em noticiários.

Para a narração, o escolhido é Lucas Pereira, que trabalhou no Grupo Globo por 15 anos e foi contratado pela emissora paulista em 2012 para os Jogos Olímpicos de Londres. O locutor tem identificação com o público carioca por ter começado a carreira no Rio de Janeiro e pelos anos que atuou no SporTV. Em 2007, por exemplo, foi ele quem narrou o milésimo gol da carreira de Romário.

A entrada repentina da Record na disputa pelo Carioca surpreendeu até mesmo seus funcionários. A proposta foi feita pela filial da TV no Rio de Janeiro, com aporte da cabeça de rede em São Paulo. O projeto foi arquitetado por Thomaz Naves, diretor comercial da emissora desde 2007 e que trabalhou no marketing do Flamengo em 1999. Para os comentários, o nome pretendido é do ex-jogador Edmundo, ex-Fox Sports.

Fonte: Coluna Gabriel Vaquer – UOL

VEJA QUAL É O PROJETO DE SALGADO PARA O VASCO REBAIXADO, MUDANÇAS DE ELENCO E CORTES

O Vasco está na Segunda Divisão. Ainda que exista uma hipótese de escapar da queda, ela é tão difícil que ninguém dentro do clube a considera de fato. Nesta segunda-feira, a diretoria encabeçada por Jorge Salgado deve se reunir para traçar os planos para a próxima temporada na Série B, o que inclui a reestruturação financeira almejada com menos R$ 50 milhões no orçamento, referentes a direitos de transmissão, e a montagem do elenco e da comissão técnica que terá a missão de levar o time de volta à elite do futebol nacional.

O rebaixamento virtual acontece depois do empate em 0 a 0 com o Corinthians. Virtual porque ainda existe um cenário onde o Vasco milagrosamente seguirá na Série A: ele precisa vencer o Goiás e torcer para o Fluminense derrotar o Fortaleza. Além disso, é preciso que o Vasco tire uma diferença de 12 gols de saldo em relação aos nordestinos. Um exemplo de milagre: o cruz-maltino golear por 6 a 0 e o Fortaleza perder de 6 a 0.

Ao mesmo tempo em que se prepara para encarar a realidade de Série B, o Vasco ainda batalha para anular a partida contra o Internacional, por causa da falha no VAR no primeiro gol colorado. Um sucesso na investida no Superior Tribunal Desportiva criaria uma segunda chance de o Vasco vencer os gaúchos e reverter a queda. Na sexta-feira, o clube teve uma primeira vitória, quando o tribunal determinou que a CBF libere vídeo e áudio da cabine do VAR durante a partida para que o cruz-maltino use-os na tentativa de anular o jogo.

Especialistas em direito desportivo ouvidos pelo GLOBO afirmam que as chances de o clube conseguir a vitória na justiça desportivas são pequenas. O presidente Jorge Salgado deve conceder entrevista coletiva amanhã e nela deve abordar essa questão jurídica, além dos planos da diretoria para a Série B.

Dificuldades adicionais

O técnico Vanderlei Luxemburgo, que se ofereceu para permanecer à frente do time na Série B, afirmou que o clube precisa montar um elenco que seja bom para jogar a Segunda Divisão. A reestruturação deve acontecer, com a saída de alguns jogadores com salários mais altos. A ideia é conseguir manter uma equipe competitiva com custo ainda menor que a atual – a folha salarial do futebol atualmente está na casa dos R$ 4 milhões.

As demissões virão em outros setores do clube, além do futebol. A ideia da diretoria é reduzir gastos em todos os setores do Cruz-maltino. Jorge Salgado, em entrevista ao GLOBO, detalhou os valores:

— O Vasco custa entre R$ 17 milhões e R$ 18 milhões por mês. Temos de olhar as ineficiências em relação a esse gasto. Pretendemos promover o corte de 20% a 30% nas despesas.

Outro problema com que a diretoria do Vasco terá de lidar é o risco de redução de receitas provenientes do programa de sócio torcedor. Uma das apostas do grupo que assumiu o clube com Jorge Salgado era tentar incrementar sensivelmente a arrecadação do clube com os sócios.

— Acreditamos que o torcedor vascaíno é o principal ativo do clube — afirmou Adriano Mendes, vice-presidente de finanças, na época da posse da atual diretoria: — A capacidade de mobilização do nosso torcedor é algo realmente impressionante, é diferente. Queremos que o vascaíno se associe para ter a possibilidade de ajudar nesse processo retomada do clube.

Antes mesmo do rebaixamento ser confirmado, o clube da Colina já teve de lidar com um movimento de torcedores insatisfeitos defendendo o cancelamento do pagamento do programa. Agora, com a queda para a Série B, a possibilidade de os sócios se desmobilizarem é ainda maior.