VASCO TERÁ JOGOS EXIBIDOS PELA REDE GLOBO EM TV ABERTA

Por causa do calendário apertado e da falta de opções em seu portfólio esportivo, a Globo vai nacionalizar as transmissões da Série B do Campeonato Brasileiro neste ano. Alguns jogos de Botafogo e Vasco serão exibidos para grande parte do país nas tardes de domingo e nas noites de quarta, quando jogos de Flamengo ou Fluminense não puderem ser escalados nestes dias no Campeonato Brasileiro ou na Copa do Brasil.

A estratégia também ajudará a Globo a cumprir as datas de transmissão do Brasileirão para os seus anunciantes. A coluna apurou que os primeiros jogos marcados desta forma já vão constar na divulgação da tabela detalhada a ser divulgada nos próximos dias pela CBF.

Clubes da Série B sempre reclamaram da pouca visibilidade e que isso dificultava o acordo para patrocinadores, que não queriam estar fora de uma emissora com alcance nacional. Vasco e Botafogo, por exemplo, podem negociar com a certeza de que o patrocinador vai aparecer na Globo.

Transmissões da Série B nas tardes de domingo ou nas noites de quarta-feira não é novidade na emissora. Nos últimos dois anos, times como Vitória, Náutico e Cruzeiro tiveram partidas exibidas neste horário. A diferença é que eram regionalizadas – ou seja, os jogos eram transmitidos apenas para a própria região onde os clubes são fortes. No caso, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais.

Agora, a Globo vai mostrar jogos de Botafogo e Vasco na segunda divisão para grande parte do Brasil, em estados que normalmente acompanham times do Rio de Janeiro – principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil -, como Amazonas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Pará, Paraíba e Alagoas.

Isso também explica como a Série B mudou de patamar dentro da Globo. A emissora não quis licenciar a competição para a Band nos últimos dois anos por detectar um ótimo potencial de audiência em TV aberta e principalmente na TV fechada, na qual boa parte da programação do SporTV é preenchida por jogos.

A Série B do Brasileiro é da Globo até o fim de 2022. Pelo contrato, a emissora paga R$ 170 milhões para a CBF, que divide o valor para os clubes (R$ 8 milhões para cada um). No entanto, times como Botafogo, Vasco e Cruzeiro, que possuem acordo direto por pay-per-view, optam por receber apenas as vendas do Premiere relativas aos seus torcedores podendo ganhar até o dobro deste valor.

Juiz determina que Vasco reintegre em até 5 dias úteis os 186 funcionários demitidos

O juiz Robert de Assunção Aguiar, da 60ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1), determinou na manhã desta terça-feira que o Vasco reintegre em até cinco dias úteis os 186 funcionários que haviam sido demitidos no início da gestão do presidente Jorge Salgado. O Esporte News Mundo teve acesso a detalhes do caso, que cabe recurso.

Para a concessão da liminar, o magistrado entendeu que há probabilidade do direito e o perigo de dano aos trabalhadores. Com isto, aceitou os pedidos do Ministério Público do Trabalho (MPT), autor da ação, que também requereu, e teve aceito, também a determinação para que o Vasco se abstenha de realizar dispensas coletivas sem prévio diálogo social, sob pena de fixação de multa diária a ser fixada por empregado.

Ainda de acordo com o juiz, os trabalhadores deverão ser reintegrados na mesma função e com as mesmas atribuições anteriores às demissões, garantindo-se, portanto, os mesmos direitos. O Vasco, também no prazo de cinco dias úteis, também terá que anexar aos autos uma lista nominal de todos os reintegrados e seus respectivos dados pessoais, para que se evite, com isto, possíveis incidentes processuais.

O único ponto pedido pelo MPT e indeferido por ora pelo juízo foi na questão do ressarcimento integral de todo o período de afastamento até a efetiva reintegração. Esta questão, de acordo com o magistrado, será objeto de apreciação quando da prolação da decisão definitiva de mérito (sentença), e com isto, a penhora de valores para garantia do pagamento destes ressarcimentos não foi aceita no momento com a argumentação de que não se inviabilize a própria atividade do Vasco, “o que seria prejudicial para todos os seus empregados”.

Em juízo, o Vasco já havia se defendido para que o juiz negasse a liminar para a volta dos funcionários demitidos. De acordo com a defesa do clube, a “ação estaria pautada em premissas equivocadas, a tutela de urgência seria contrária à lei, inexiste direito à reintegração”, entre outros postos abordados e que não foram aceitos pelo magistrado.

“Afirmar a parte ré que existiu um diálogo prévio com o sindicato da categoria, com o devido e sincero respeito, é não observar que o próprio sindicato afirma que foi surpreendido com as demissões. Como se vê, não se pode dizer que existiu prévia negociação ou diálogo social”, argumentou o magistrado em trecho da decisão, antes de completar:

“Tentar o clube celebrar um acordo coletivo de trabalho após as demissões imotivadas já efetivadas, é, no mínimo, tentar valer-se do desespero dos trabalhadores, agravado pelo período de pandemia, para impor condições para pagamentos de direitos que deveriam ter sido pagos à época própria”.

E ainda destacou o juiz: “sendo certo que indeferir a tutela sob o fundamento de que seria a pretensão nefasta para a ré, é esquecer que nefasta foi a situação que a ré colocou estes demitidos, já que os demitiu sem pagar suas verbas rescisórias, sem qualquer diálogo social, em período de pandemia”.

O ENM não conseguiu contato com os envolvidos até o momento desta publicação.