Saída de Caio Lopes chama atenção no Vasco; Carlos Brazil comenta

Saída de Caio Lopes chama atenção no Vasco; Carlos Brazil comenta Terça-feira, 04/01/2022 – 14:34 No contexto de um clube que precisa encarar os jogadores formados nas categorias de base mais como fonte de receita do que de títulos, Caio Lopes despontava como mercadoria valiosa no Vasco. Convocações para seleções brasileiras de base, estilo de jogo moderno no meio de campo e dupla nacionalidade levavam à conclusão de que ele fatalmente renderia milhões de euros em uma transferência para o futebol do exterior, em algum momento. Porém, cinco anos depois de assinar o primeiro contrato como profissional, ele deixa São Januário sem trazer um centavo sequer.

O anúncio de que, ao lado de outros jovens jogadores formados no clube, não seguiria para a temporada de 2022, chamou a atenção. Caio Lopes foi colocado no mesmo balaio de outras promessas, algumas que são tidas como pouco talentosas. Outras que, de fato, não aproveitaram os vários minutos jogados entre os profissionais. Caio, entretanto, não se enquadra em nenhum dos dois casos.

Faltou convicção ao departamento de futebol do Vasco, de que o clube, tão debilitado financeiramente, deveria investir numa nova renovação contratual (a primeira ocorreu em 2019). Mesmo com o contrato para se encerrar em janeiro, o clube esperou o fim da temporada para procurar seus representantes para tratar do futuro. A mensagem que passou com isso foi clara: Caio Lopes não foi uma prioridade em 2021 e nada indicava que seria em 2022.

A dúvida em São Januário cresceu à medida que, não importasse o técnico, Caio Lopes pouco jogava. Desde 2019, quando foi promovido aos profissionais pela primeira vez, passou pelo olhar de Alberto Valentim, Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Ramon Menezes, Ricardo Sá Pinto, Luxemburgo novamente, Marcelo Cabo, Lisca e Fernando Diniz. Não teve sequência com nenhum. Foram apenas 21 partidas, sete como titular.

Em maio passado, o empresário Cacau Barbosa afirmou em entrevista ao site “Papo na Colina” que estava confiante de que o jogador receberia mais oportunidades. Não aconteceu. Com o fracasso na Série B e a saída antecipada de Alexandre Pássaro, o departamento de futebol do clube ficou totalmente acéfalo, até o retorno de Carlos Brazil, para ser gerente de futebol. Foi a senha para que o jogador entendesse que deveria procurar outros caminhos.

‘Timing’ para venda

Procurado, Brazil afirmou, via assessoria de imprensa do Vasco, que “houve acordo mútuo de que o melhor nesse momento seria a ruptura”.

Ele conhece como poucos o potencial de Caio Lopes. Foi com ele à frente das categorias de base que o jogador, ao lado de outros de sua geração, emplacaram bons resultados na categoria sub-20. Foram vice-campeões da Copa São Paulo, campeões da Copa do Brasil e da Supercopa.

Ao fazerem a transição para o profissional com o futebol do Vasco vivendo o pior momento de sua história, muitos que eram referências na base não desempenharam o mesmo na equipe de cima. Além de Caio Lopes, o Vasco se desfaz, sem se preocupar em obter maiores retornos financeiros, do trio ofensivo que encheu os vascaínos de esperança na Copinha de 2019: Lucas Santos, Tiago Reis e João Pedro.

A necessidade de fazer dinheiro com os garotos da base segue sendo prioridade e o clube entende como o mercado tem funcionado. Possíveis compradores buscam atletas cada vez mais jovens, com destaque rápido, ainda que eventualmente curto. Os principais jogadores negociados pelo cruz-maltino nos útimos anos tinham todos no máximo 19 anos quando saíram: Douglas Luiz, Paulinho e Talles Magno.

Caio Lopes fará 22 em setembro e o Vasco entende que, com essa idade, apenas um salto evolutivo extraordinário no futebol do jogador faria com que terceiros se dispusessem a pagar pela sua rescisão contratual. Por incrível que pareça, há outros nomes, praticamente sem jogos pelo profissional, com potencial de venda a curto prazo maior. É o caso de Andrey, de 17 anos, que jogará a Copinha deste ano e na sequência deve ganhar espaço no profissional.

Caio Lopes teve poucas chances no profissional do Vasco

Fonte: O Globo

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