Pássaro, sobre a estrutura do Vasco: ‘Muita coisa conseguimos melhorar. Mas era uma coisa muito complicada’

Pássaro, sobre a estrutura do Vasco: ‘Muita coisa conseguimos melhorar. Mas era uma coisa muito complicada’ Terça-feira, 13/09/2022 – 19:41 Ao todo, foram 10 meses como diretor executivo de futebol do Vasco. Entre janeiro e novembro de 2021, no entanto, um choque de realidade encontrado por Alexandre Pássaro em São Januário, que foi de máquina de gelo quebrada até empréstimo de R$ 75 mil.

Em entrevista ao podcast Reis da Resenha, no YouTube, o dirigente, que também passou pelo São Paulo, contou um pouco da realidade encontrada no Gigante da Colina em sua passagem em 2021. No entanto, mesmo com a dura rotina, afirmou que jamais se arrepende de ter aceitado o desafio.

“Surpreendeu. Já tinha ido a São Januário, mas quando o presidente me entrevistou, ele falou assim: ‘Tem um CT novo’. Quando cheguei, é um CT ok. Tem dois campos, conteiners. Eu que falo alto, o cara lá da fisioterapia estava ouvindo, porque era conteiners. Gostava mais de trabalhar no CT do Vasco do que no do São Paulo, porque era mais aconchegante. Eu estava ali, falei para o médico: ‘Quando vamos treinar no CT novo?’. Ele disse: ‘O CT novo é aqui. Inauguramos agora, faz três meses’. Porque é muito diferente, depois fui entender dentro da minha ignorância que o Vasco nunca tinha tido CT, treinava emprestado, São Januário. Que avanço o antigo presidente tinha feito. É uma coisa que nos faz falta, você está sempre resolvendo às coisas que não necessariamente estão com o futebol”, começou por afirmar.

Compra de gelo e PIX de R$ 75 mil do próprio bolso ao Internacional

Das situações expostas por Pássaro na entrevista, as mais marcantes foram a da compra de gelo diária e o pagamento de uma dívida com o Internacional por Sarrafiore. Mesmo diante de todas as adversidades, o dirigente também fez questão de enaltecer a grandeza do Vasco.

“A máquina de gelo estava quebrada. Cada dia um pagava. Um dia era o médico, no outro o fisioterapeuta. Chegava uma moto no CT e entregava saco de gelo uma hora antes do treino. E aí um falava: ‘Hoje é minha vez’. R$ 150 de gelo com três meses de salário atrasado. Eu falava: ‘Espera aí, não pode ser assim'”.

“Falei para minha mulher: ‘Pode ser que a gente more um ou dois anos no Rio e não saiba quando vou receber. Mas eu não vou dizer não para o Vasco da Gama. Não vou’.” Porque se me dissessem há 10 anos que eu trabalharia de graça no Vasco, eu iria. O Vasco é uma coisa colossal. Assim como o São Paulo. O Vasco é assim. Sabia disso. Quando saio do Vasco, tenho quatro meses de salário atrasado e R$ 75 mil emprestados.”

“O Vasco não pagava o Inter e tinha uma dívida do Sarrafiore. Ele não recebia e estava operando o ligamento cruzado. Me senti numa culpa tão grande que peguei, olhei o contrato do Internacional, vi o CNPJ e pensei: ‘Será que é o PIX do Inter?’. Peguei, digitei e PIX. R$ 75 mil que mandei porque não tinha condição de pagar. Vice-presidente do Inter, diretor de futebol me ligaram: ‘Você está maluco? Tem um PIX seu na conta do Inter’. Falei: ‘Desculpa, estava atrasado, o menino precisava receber. Confio no presidente, um dia eles vão me pagar’. Era muito assim. Teve um jogo que não tinha (atadura), chegou de Rappi. Agora, é uma vergonha? É. Mas dão a vida ali. Eu sabia que era assim, fui para aprender, para melhorar. Muita coisa conseguimos melhorar. Cada um dava um passo. Mas era uma coisa muito complicada”, finalizou.

Fonte: ESPN.com.br

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