Vasco aumenta a participação de mulheres em cargos de liderança Quarta-feira, 08/03/2023 – 13:56 A chegada da SAF ao Vasco trouxe mudanças não apenas no investimento na equipe e na estrutura física do clube. Desde que a 777 Partners adquiriu 70% do futebol, políticas de equidade de gênero têm sido implementadas e mais mulheres passaram a trabalhar no clube e a exercer cargos de liderança.
As mudanças incluem a chegada de uma diretora: o departamento jurídico está sob o comando da advogada Gisele Cabrera. Com nove anos de experiência no jurídico do Santos e especialista em administração esportiva pelo Instituto Superior de Direito e Economia de Barcelona, a diretora destacou que esta política do clube é essencial pelo impacto humano e nos negócios.
– Vejo como um movimento necessário. A presença de diversidade dentro de qualquer entidade é fundamental, porque isso é, de fato, refletir a realidade da nossa sociedade. A equidade de gênero, na liderança, é um diferencial competitivo para vários negócios e é, inclusive, uma tendência mundial – disse Gisele ao ge.
– Não há outra maneira de implementar projetos de sucesso, e com impacto positivo na vida das pessoas, senão tendo mulheres dentro de posições-chave das estruturas. O Vasco só tem a ganhar. Ainda temos muito para melhorar como empresa, mas ter um ambiente aberto para discutir e propor políticas internas voltadas às mulheres faz toda a diferença – completou a diretora.
Matéria recente do “Uol” apontou que elas representam 40% das novas contratações do Vasco. E a tendência é que esse número aumente, porque, a depender das qualificações obviamente, o clube tem priorizado mulheres para ocuparem as vagas que surgem.
A assessoria de imprensa do futebol, área que historicamente tem predomínio da presença masculina, é coordenada por Sarah Borborema. É a única mulher à frente da assessoria do futebol profissional entre os grandes clubes do Rio de Janeiro. O mesmo acontece com a comunicação da base do Vasco, que é feita por Millena Pscheidt.
– Me sinto extremamente honrada por poder vestir a camisa do Vasco. Ser mulher nunca foi um fator limitante para exercer minhas funções dentro do clube. O Vasco sempre me ofertou as mesmas possibilidades oferecidas aos meus colegas. Ocupar papel de destaque na comunicação esportiva, através dessa camisa, é um imenso prazer – destacou Sarah, que acrescentou:
– Ainda lamento por saber que muitas companheiras, em muitos clubes, são impossibilitadas de exercer suas funções plenamente, sem poder viajar como integrantes da delegação ou até transitar em alguns espaços. Desejo que todos aprendam um pouco com esse Gigante que é o Vasco nos mais diversos aspectos.
O departamento de marketing também passou por uma reformulação e agora conta com mulheres em cargos de gerência. Foi o caso da área de inovação, gerenciada por Fernanda Gélio, mestre em Sport Management pela Universidade de San Francisco, nos Estados Unidos, e com experiência de mais de 10 anos no mercado esportivo.
– Liderar a área de Inovação no Vasco é um desafio enorme. No cenário atual, empresas que inovam crescem mais, mantêm-se alinhadas às novas tecnologias e tendências, otimizam processos e melhoram a relação com clientes e torcedores. Adotar a gestão da inovação é fundamental para que o Vasco consiga se destacar no mercado e estar à frente dos concorrentes. A inovação não se baseia apenas na implementação de tecnologia, também ajuda a promover novos modelos de negócios e melhorar os processos para tornar mais fácil a vida das pessoas – contou Fernanda.
Outra profissional da área de marketing a ocupar cargo de gerência é Bárbara Azevedo, responsável pelo setor de engajamento de fãs. Pós-graduada em gestão empresarial e com formação em liderança e experiência do cliente nos Estados Unidos, ela trabalhou com programas de sócio-torcedor em clubes como Botafogo, Flamengo, Ceará e Corinthians antes de chegar ao Vasco.
– É inspirador fazer parte desse projeto. O Vasco tem diretrizes e princípios muito bem definidos, e ter mulheres em cargos de liderança faz parte dessas diretrizes. Mais importante do que eu estar aqui é saber que de alguma forma conseguimos incentivar outras mulheres a buscarem seus espaços e caminharem lado a lado conosco – declarou Bárbara.
Nos últimos anos, o clube tem se mostrado atento a várias questões de diversidade. No caso das mulheres, além da contratação de profissionais para posições de liderança e outros cargos, o Vasco tem como preocupação desenvolver as funcionárias para que possam ascender na carreira. Também tem implementado uma política que prioriza a equiparação salarial de homens e mulheres, de acordo com as atividades exercidas. Ações que devem ganhar mais força nos próximos meses.
Futebol feminino
O Vasco, em processo de reestruturação do futebol feminino, fez mudanças recentes na administração e comando técnico da categoria. Antes dominada por homens, a área agora tem três mulheres na linha de frente da missão de recuperar o time e voltar à Série A2 do Brasileirão em 2024: a coordenadora Tatiele Silveira, a supervisora Amanda Eskinazi e a técnica Jaqueane Correa.
A troca de profissionais, no entanto, provocou um atraso no planejamento. A estreia na Copa Rio, contra o Flamengo, acabou adiada do dia 5 para o dia 22 de março. O clube entende que a mudança era necessária e buscou profissionais que têm experiência com o futebol feminino. O planejamento do Vasco visa prioritariamente a Série A3 do Brasileirão, com o objetivo de voltar à Segunda Divisão e depois chegar à elite.
Mas a recuperação está além da troca dos profissionais. Agora sob responsabilidade da 777 Partners, a categoria precisa de investimento. E isso tem sido conversado com a nova coordenação. Parte do projeto de reestruturação atingiu a base, com as jogadoras dispensadas no último mês. Os desafios de Tatiele Silveira serão muitos, mas a profissional tem experiência com a categoria e o aval do Vasco para fazer as mudanças necessárias.
– O futebol feminino está dentro do processo da SAF. Nós estamos participando de reuniões, encontros e ideias. Tudo que está acontecendo de transformação do clube o futebol feminino está sendo inserido. Temos o nosso objetivo desportivo. Hoje meu papel é trazer essas ideias, trazer um pouco do olhar do futebol feminino, de todas as experiências que eu tive para que eu possa contribuir com ideias diferentes quando a SAF está fazendo essa reformulação dentro do clube de uma maneira geral – afirmou a coordenadora ao blog “Dona do Campinho”.
Fonte: ge
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