Morre aos 81 anos o ex-volante Salomão, com passagens por Vasco, Náutico e Santos Quinta-feira, 04/05/2023 – 12:36 Faleceu na madrugada desta quinta-feira, no Recife, aos 81 anos, o ex-volante Salomão Couto, um dos grandes nomes da história do Náutico. O ex-jogador deu entrada no hospital na noite da quarta-feira, após sofrer um infarto.
Salomão fez parte do lendário time alvirrubro do hexacampeonato pernambucano (1963 a 1968), conquistando os títulos de 1963, 1964 e 1965, e também atuou por Santos, com Pelé, e Vasco. Ainda não há confirmação do local onde será o velório.
– Salomão veio do Campinense como uma grande promessa e foi um dos maiores jogadores que eu já vi jogar na história do futebol brasileiro. Ele era um médio volante, mas não daqueles trombadores. Ele desarmava e também armava com muita facilidade. Além de tudo era um grande amigo – afirmou o jornalista Lenivaldo Aragão, que acompanhou todo o hexacampeonato do Náutico.
Um jogo marcante de Salomão com a camisa alvirrubra ocorreu na final do zonal do Norte Nordeste da Taça Brasil de 1964, contra o Ceará.
Após uma entrada dura do zagueiro Mauro (que viria a jogar depois com Salomão no próprio Náutico), o volante precisou deixar o campo e ficou hospitalizado por dois dias na capital cearense, perdendo um dos rins. Mesmo assim, continuou a carreira.
– O Náutico venceu o jogo de ida por 3 a 0 e como o Ceará era o atual tricampeão cearense, o jornalista Aramis Trindade, que era editor de esportes do Diário da Noite, colocou no dia seguinte uma manchete chamando o Ceará de “tricampeão de bozó”. Isso inflamou não só a torcida do Ceará, mas o estado – relembra Lenivaldo Aragão.
– O jogo de volta foi em clima de guerra, com o Náutico perdendo por 1 a 0 forçando a terceira partida, também em Fortaleza. Nesse jogo, Mauro, que depois viria a jogar no Náutico, entrou violentamente em Salomão, que teve que sair da partida. Como não havia substituição naquela época, com um homem a menos e sem clima para terminar o jogo, o Náutico perdeu por 4 a 0 – recordou Lenivaldo.
Legado do Centro de Treinamento
Mesmo após deixar os campos, Salomão sempre seguiu ligado ao Náutico. E ao lado do também ex-jogador Ivan Brondi, presente nos seis títulos do hexa, foi um dos pioneiros na implantação do centro de treinamento do clube, no bairro da Guabiraba.
– Só posso falar bem de Salomão. Como jogador, como homem, como pai de família e como amigo. Foi um exemplo. É uma perda muito grande. Crescemos juntos e graças a ele o Náutico hoje tem aquele centro de treinamento. Salomão foi uma das pessoas que batalhou muito por aquele CT. Para você ver a visão que ele tinha. Graças a Deus nós fomos muito úteis ao Náutico – disse Ivan Brondi, emocionado.
Fonte: ge (texto), Reprodução Internet (foto)