Liga Forte faz proposta aos clubes da Libra para união em negociação de TV do Brasileiro

Liga Forte faz proposta aos clubes da Libra para união em negociação de TV do Brasileiro Sexta-feira, 26/01/2024 – 04:55 Após uma reunião de clubes, a Liga Forte fez uma proposta aos clubes da Libra para união na negociação de TV do Brasileiro de 2025. Seria formado um blocão, como noticiado na coluna. A oferta ocorreu em meio a conversas avançadas da Libra com a Globo para venda dos direitos da Série A de 2025. Atualmente, os dois blocos negociam em separado.

A proposta da Liga Forte foi apresentada na semana passada em documento à Libra. As condições propostas repetem a fórmula de divisão de receitas da Liga Forte Futebol: não há garantia dos clubes de manter o valor atual a todos os clubes e há maior peso para a divisão igualitária em relação a índices de audiência.

Essa proposta, no entanto, não é de formação de uma liga, já que não há regras de governança, nem ideias de como assumir o Brasileiro. É uma união comercial de venda de direitos.

A novidade é que a proposta tem forte lobby do presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. Ele tem defendido para os grandes clubes paulistas que eles ganhariam dinheiro com a união. A estimativa levantada por ele é de um ganho de mais de R$ 1 bilhão.

A FPF tem uma parceria comercial com a Live Mode, empresa que comercializa o Paulista e ao mesmo tempo representa a Liga Forte Futebol em negociações de direitos. Ele contou com apoio dos clubes da LFF em sua campanha a presidente da CBF. Dentro da Libra, há quem veja influência da guerra política da CBF na movimentação do dirigente da FPF. Interlocutores de Carneiro Bastos negam e dizem que ele só busca o melhor para os clubes.

Com sua intermediação, houve uma reunião de clubes da Libra e Liga Forte Futebol na última semana para conversar sobre possível união. A partir daí, a LFF apresentou a proposta com divisão de receita 45% (igualitária), 30% (posições no Brasileiro) e 25% (audiência). Não haveria garantia da manutenção do valor atual, o chamado mínimo garantido.

Do outro lado, os clubes da Libra já tem uma proposta concreta da Globo de R$ 1,3 bilhão, somada a uma divisão de receita do pay-per-view. A divisão da Libra é 40% (igualitária), 30% (posições no Brasileiro) e 30% (audiência). E há uma garantia de que os clubes receberiam pelo menos o valor do contrato atual, além de uma proposta com o Mubadala sobre receitas extras. Assim, Flamengo e Corinthans levam o peso de seus fixos de ppv, o que é bastante criticado por clubes da LFF.

Na visão de alguns membros da Libra, a proposta da Liga Forte retiraria dinheiro de pelo menos quatro clubes, Flamengo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras. Isso porque são os clubes que têm valores garantidos maiores e geram maiores audiência.

Além disso, o argumento na Libra é de que a proposta da Globo é concreta por R$ 1,3 bilhão enquanto a estimativa da Liga Forte Futebol é uma projeção. Seria feita uma concorrência pelos direitos. A LFF fez uma proposta para a Globo de venda de seus direitos no valor de R$ 1,4 a 1,5 bilhão e não recebeu resposta.

Desta forma, terá bastante peso a posição dos grandes clubes paulistas: se vão se manter na negociação da Libra com a Globo ou se vão ser convencidos por Carneiros Bastos de que vale a pena uma união com a Liga Forte Futebol.

As conversas entre os dois lados foram retomadas em dezembro por iniciativa do investidor na Liga Forte Futebol, Carlos Gamboa. Ele procurou o Mubadala e clubes da Libra para tentar um acordo. Desde então, há conversas pacíficas entre os lados. Na visão de membros da Libra, a LFF procurou um acordo a partir do momento que teve dificuldades de obter uma proposta atrativa por seus direitos. Mas a conversa só esquentou com a influência de Carneiro Bastos.

Fonte: Coluna Rodrigo Mattos – UOL

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