Atacante brasileiro Cassiano exalta o treinador português Álvaro Pacheco Domingo, 19/05/2024 – 13:53 Álvaro Pacheco chega ao Rio de Janeiro neste domingo para fechar com o Vasco. Esta será a primeira experiência do português de 52 anos fora do seu país. Pouco se sabia (ou ainda se sabe) do treinador além do fato de ter feito um ótimo trabalho no Vizela, com o qual subiu da terceira para a primeira divisão em Portugal, e uma temporada de bons resultados no Vitória de Guimarães.
Quem o conhece, no entanto, garante que Álvaro tem a cara do Vasco e aposta no seu sucesso no clube de São Januário. É o caso de Cassiano.
ge conversa com Cassiano, brasileiro que trabalhou com Álvaro Pacheco: “Ele é incrível”
O atacante brasileiro tem propriedade para falar de Álvaro Pacheco. Aos 34 anos, o ex-jogador de times como Internacional, Goiás e Paysandu é uma espécie de homem de confiança do treinador, com quem trabalhou no Vizela e no Estoril (seu atual clube). Em Portugal, dizem que eles têm uma relação de pai e filho.
– Ele é incrível – elogia o atacante brasileiro em conversa com o ge.
– Quando a gente se conheceu, ele estava no Vizela, estava saindo da terceira liga para a segunda, e eu estava no Boavista (na primeira). Ele queria que eu fosse para o Vizela, e eu não queria ir de jeito nenhum (risos). Eu nem conhecia o Vizela, pô. Nem sabia que existia o clube – recordou.
– No fim, eu decidi ir. E foi a melhor decisão da minha vida – completou.
Cassiano chegou ao Vizela em 2020 e viveu sob o comando de Álvaro Pacheco a segunda melhor temporada em número de gols da carreira. Foram 16 em 36 jogos na campanha que levou o clube para a primeira divisão – só não superou os 20 gols que ele marcou com a camisa do Paysandu em 2018, antes de se transferir para a China.
Em 2022, o atacante foi vendido ao Al-Faisaly, da Arábia Saudita, mas pouco mais de três meses depois voltou a Portugal, desta vez para defender o Estoril. No clube, reencontrou Álvaro Pacheco. O mister foi contratado em junho de 2023.
– Ele me ligou no dia do meu aniversário (16/06), me deu os parabéns e falou que ia fechar com o Estoril: “Eu quero que você fique”. Eu já estava negociando para voltar para a Arábia. Mas nós conversamos, fiquei por causa dele.
A relação dos dos dois é tão boa que Cassiano até já se atreveu a “roubar” a boina do treinador, sua marca registrada. Isso aconteceu em duas ocasiões: uma no Vizela e a outra quando marcou seu primeiro gol pelo Estoril (veja no vídeo que abre a matéria).
– Eu tive uma entrevista no Vizela, e a gente estava interagindo com o público. Uma pessoa falou: “No próximo jogo, você vai fazer o gol e tirar a boina do Álvaro”. Eu: “Não, pô, vou arranjar um tumulto” (risos). Mas guardei isso para mim. Aí eu fui lá, fiz o gol e tirei mesmo. Isso deu uma repercussão muito grande em Portugal – lembra o atacante, que diz que Álvaro entrou na brincadeira:
– Ele gosta, ele gosta. Ele é muito brincalhão.
“No treino ele é outra pessoa”
Álvaro Pacheco aparentemente é tudo isso descrito por Cassiano: um treinador com perfil de paizão, que domina o vestiário e que costuma ter uma relação muito próxima dos jogadores. Mas a vida não é fácil sob o seu comando.
– Quando o conheci, parecia um velhinho tranquilo, gente boa. Beleza, fomos treinar. O quê?! Na hora do treino é outra pessoa, irmão. É uma gritaria, cobrança, o tempo inteiro correria, o bicho pegando (risos). É uma loucura, mas é uma loucura boa – conto Cassiano.
– E acabou o treino, acabou o Álvaro treinador, já entra o Álvaro pai. Quer brincar com todo mundo. O melhor grupo que eu peguei na carreira foi ali com ele – acrescentou o atacante.
Cassiano é amigo de Rossi, atacante do Vasco. Os dois atuaram juntos no Goiás e no Al-Faisaly.
– Já falei para ele (Rossi): “Cara, te prepara, o homem já vai chegar aí dando dura (risos)”. Ele respondeu: “Estamos precisando, manda ele vir”.
Cassiano também acredita que evoluiu muito no tempo em que trabalhou com Álvaro, que fez carreira como atacante, mas atuou apenas em equipes pequenas, na maioria das vezes em ligas semiprofissionais de Portugal.
Como técnico, ele estreou em 2018 – são apenas seis anos como treinador profissional, portanto. Mas ele dedicou uma década de sua vida estudando e fazendo parte de comissões técnicas antes de sentir-se pronto para o trabalho solo.
– Ele me ajudou muito a me posicionar dentro da área. Como eu sempre fui extremo e, depois, virei centroavante, eu tinha uns toques de extremo, sabe? Não ficava perto do goleiro, ficava mais longe. Ele: “Não, tem que entrar aqui no primeiro poste, fazer movimento de ruptura, marcação…” – diz o brasileiro, que na temporada anterior à chegada ao Vizela, no Boavista, havia marcado apenas dois gols.
– Antes eu só jogava, sabe? Com ele, não. Já aprendi muito de tática, pressão, movimentação. E o elenco que ele tinha já estava junto há muito tempo, ficou fácil de entender o jogo dele.
Tem a cara do Vasco
Álvaro Pacheco chega ao Rio de Janeiro na tarde deste domingo, e o clube vai avaliar se ele tem condições de comandar a equipe na terça-feira, contra o Fortaleza, pelo jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil.
O português vem de um bom trabalho no Vitória de Guimarães, que, diferentemente dos times pelo qual o treinador havia passado, está entre os grandes do futebol de Portugal e tem muita torcida. Sob o comando do mister, o Vitória vai terminar o Campeonato Português em quinto lugar, com vaga assegurada na Liga Conferência.
Sem Álvaro à beira do campo, o time venceu o Arouca na última rodada, sábado, e chegou aos 63 pontos, sua maior pontuação na história do Campeonato Português – até então as melhores campanhas da equipe se deram em 1995/96 e 2016/17, quando terminou com 62 pontos.
– Eu acredito que o que ele vai fazer no Vasco vai ser muito bom – afirma Cassiano, que em seguida justifica a sua opinião:
– No Vizela, logo que a gente estava no início da segunda liga, tinha um zagueiro nosso que era muito bom, tinha muita qualidade, mas estava sempre rateando, sabe? Com muitos erros, sendo expulso. Aí teve uma vez que o Álvaro deu uma dura nele no vestiário, uma dura feia mesmo. Depois disso, o moleque voou, foi vendido no final da temporada. E agora já no Estoril, no início da temporada, tivemos o nosso lateral-esquerdo (Tiago Araújo) que foi a mesma coisa. Ele começou bem, empolgou, mas quando começou a ter uma queda, o Álvaro já deu no meio dele na frente de todo mundo. Nos primeiros dias ele ficou de cabeça baixa, depois disso voou, tá com proposta de tudo que é lado. Então ele consegue fazer isso com os atletas.
– É a maneira dele ser, entendeu? – continua o atacante brasileiro.
– Ele vai lá, dá a dura, cobra, mas depois dali abraça como filho, dia a dia bom, leve. Isso ajuda muito. Ele sabe os momentos em que é preciso fazer isso. Não vai fazer do nada, com um jogo mal ele já vai te cobrar, não. Quando ele vê que você em condições para evoluir e não está querendo, ele vai lá e dá no meio mesmo. Por isso que eu acredito que ele vai ter muito sucesso no Vasco, porque vai ter muito jogador de qualidade na mão dele. Da maneira que ele é, vai fazer os caras voarem igual cavalo, como ele fala (risos).
No Estoril, o trabalho de Álvaro Pacheco foi muito curto: três vitórias, um empate e quatro derrotas em oito jogos. Cassiano acredita que sabe o porquê.
– No Estoril a gente tem um grupo muito jovem mesmo, a média de idade é de 22, 23 anos. Muito jogador emprestado de clube grande. Então o Álvaro chega, começa a gritar com eles, alguns se assustam, sabe? Mas é o jeito dele. Eu já não me apavorava porque sabia que é o jeito dele. Mas quem não conhece acha estranho, se perde.
– Na realidade eu acho que o Estoril não é a cara do Álvaro como é o Vitória e como é o Vasco.
Fonte: ge
Liga Portugal @ligaportugal
A amizade entre Cassiano e Álvaro Pacheco não se escreve, sente-se 🧢
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Fonte: X Liga Portugal
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Chapéus há muitos, mas como este 😂
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Fonte: X sport tv
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