Empresa responsável pelo gramado recomendou veto ao jogo do Vasco no Maracanã

Empresa responsável pelo gramado recomendou veto ao jogo do Vasco no Maracanã Sexta-feira, 24/06/2022 – 14:13 O consórcio do Maracanã, gerido por Flamengo e Fluminense, negou ao Vasco autorização para jogar no estádio diante do Sport pela Série B. A medida foi duramente criticada pela diretoria vascaína em nota em que pede reconsideração da decisão. Os motivos para a recusa da dupla Fla-Flu são por conta do gramado: entende que a prioridade tem que se de seus jogos já que bancam o estádio.

Flamengo e Fluminense já administram o Maracanã há três anos em uma concessão provisória feita pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, após romper com a Odebrecht. Na época, o Vasco reclamou, mas não apresentou proposta. Autoridades públicas fizeram o edital para uma licitação definitiva, que induz a ter três clubes no estádio, mas o processo está parado.

Em sua gestão provisória, o consórcio de Fla-Flu passou a gerar renda com o próprio estádio para pagar investimentos e manutenção. As principais receitas são camarotes, exclusividade de venda de bebidas e comidas e patrocínios. Tudo isso é, obviamente, lastreado na realização dos jogos dos dois no estádio.

Com o dinheiro, gastaram R$ 14,9 milhões em investimentos. Desse total, foi R$ 1 milhão para a parte elétrica, R$ 1,5 milhão para reparos na cobertura, R$ 8,4 milhões para pagamento de outorga do Estado, e R$ 4 milhões para o novo gramado. O novo campo foi instalado no início do ano com tecnologia similar ao da Neo Química Arena, embora com grama diferente.

O gramado é justamente o que leva ao veto pelo consórcio do jogo vo Vasco. Quando o clube vascaíno pediu a partida, a empresa Greenleaf, que cuida do gramado, enviou um relatório ao consórcio manifestando preocupação com o excesso de jogos. Há uma previsão de nove partidas em julho para o Maracanã.

No documento, obtido pelo blog, a empresa aponta que o ideal seria que houvesse um jogo por semana e que, na temporada toda, não ultrapasse de 50 partidas. (Detalhe que a licitação do governo prevê 70 jogos no mínimo no estádio). A Greenleaf completa que o estádio já recebe dois times média de duas partidas por semana, e mais de 50 confrontos por ano.

A empresa acrescenta que, na semana anterior, houve um jogo no sábado à noite e outro no domingo à tarde. Na visão da Greenleaf, isso prejudica o campo por não ter descanso e não ter “um intervalo mínimo aceitável de 3 dias”.

O jogo do Vasco ocorreria no dia seguinte a outra partida. Em sua nota, o clube aponta que esse tipo de intervalo já ocorreu em outras situações, em jogos seguidos de Flamengo e Fluminense, o que é verdadeiro.

Mas o relatório da Greenleaf aponta que o problema se agrava no inverno porque a grama entra “num estado de quase dormência”, com seu crescimento praticamente paralisado devido as baixas temperaturas”. O Maracanã ainda tem um problema de iluminação nas partes oeste e norte por falta de luz natural, resultado do posicionamento da cobertura na construção.

Outros problemas apontados são o excesso de pessoas no gramado e os aquecimentos longos dos times no campo.

“Posto isso, desaconselhamos o aumento da carga de jogos no estádio nesta época do ano, sob pena do gramado entrar em colapso antes do término da tmeporada, o que poderia ocasionar a suspensão temporária da utilização do campo para intervenções corretivas”, completa o relatório da empresa.

No entendimento do consórcio, neste cenário, os jogos de Flamengo e Fluminense têm que ser priorizados já que são os dois clubes que garantem a manutenção do estádio, enquanto o Vasco não participa da gestão. Já a diretoria vascaína argumenta que deve ter as mesmas condições dos outros clubes pelas regras da concessão. O consórcio, no entanto, argumenta que a concessão mudou em sua renovação e, agora, os clubes têm direito de negar jogos.

Fonte: Blog do Rodrigo Mattos – UOL

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