Valor devido pelo Vasco ao volante Wendel pode chegar a R$ 16,5 milhões

Valor devido pelo Vasco ao volante Wendel pode chegar a R$ 16,5 milhões Sábado, 01/10/2022 – 09:52 No Regime Centralizado de Execuções do Vasco, que completou este mês um ano desde que entrou em vigor, o credor com a maior dívida trabalhista é o ex-volante Wendel, que defendeu a equipe entre 2012 e 2014. Segundo consta na planilha enviada pelo clube ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a dívida é de R$ 11.416.874,87. Mas esse valor pode ser ainda maior.

O processo ingressado por Wendel em 2014, onde o Vasco foi condenado por atrasar salários, pagamento de férias e depósitos de FGTS, ainda não foi concluído e encontra-se em fase de execução. A discussão que existe no momento é sobre o cálculo da liquidação de sentença, ou seja, quanto de fato o clube terá que pagar ao ex-jogador de 40 anos.

Wendel em ação pelo Vasco: ex-volante atuou pelo clube entre 2012 e 2014

Em fevereiro do ano passado, a juíza Astrid Silva Britto, da 68ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, homologou o valor de R$ 14.797.896,51. Essa é a última decisão da Justiça sobre o assunto.

Esta semana, um perito contratado pela defesa de Wendel recalculou os valores com juros de mora e correção monetária. A conclusão é de que o Vasco até o momento deve ao ex-volante 16.587.037,54. O cálculo será juntado pelo advogado nos autos da ação.

O Vasco foi procurado pela reportagem para esclarecer, entre outras questões, o motivo de ter informado na planilha do RCE que a dívida com Wendel é de R$ 11,4 milhões, mas ainda não respondeu. Em sua movimentação mais recente no processo, o clube entrou com um pedido de recurso para levar o tema ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Cálculo atualizado da dívida do Vasco com o ex-volante Wendel, segunda a defesa do ex-jogador

Marcus Vinicius Miranda Fernandes, advogado que representa Wendel na ação trabalhista contra o Vasco, acredita que o clube vem agindo de maneira protelatória. Ele pretende nos próximos dias procurar a nova administração da SAF para propor um acordo.

– O que a gente pretende não é prejudicar o Vasco. O Wendel tem muito carinho pelo clube. Não teve uma passagem muito boa, mas deixou muitos amigos. Nossa ideia é receber. Não é interessante para o clube uma dívida desse tamanho porque vira uma bola de neve, os juros são de R$ 200 mil por mês – contou ele ao ge.

Por que a dívida é tão grande?

Independentemente do valor final, cujo martelo ainda deverá ser batido pela Justiça, a dívida do Vasco com Wendel é muito grande. Mas por que ela chegou a esse tamanho?

Pesam principalmente dois detalhes: ele ter conseguido a liberação indireta contratual via Justiça (por causa do descumprimento das obrigações trabalhistas por parte do clube); e o fato de que ainda havia mais de um ano de contrato para ser cumprido.

Em casos como esse, a Justiça Trabalhista costuma reconhecer o direito à cláusula compensatória desportiva, ou seja, o clube precisa pagar ao jogador os salários que ele receberia até o fim do contrato. Foi o que aconteceu com Wendel, em decisão proferida pelo TST em 2017.

Wendel foi contratado pelo Vasco em julho de 2012, com vínculo de três anos. O salário era de R$ 250 mil (R$ 200 na carteira + R$ 50 mil em direitos de imagem), além do pagamento de R$ 1,6 milhão em luvas que seria diluído durante os três anos de contrato.

Quando entrou na Justiça, o ex-volante alegou que o Vasco devia dois meses de salário, quatro parcelas de luvas, 11 de direitos de imagem, além de 13º salário, férias e depósitos de FGTS. Wendel, que na ocasião treinava num grupo separado dos demais jogadores, argumentou que tinha uma proposta do Sport, onde foi jogar assim que conseguiu a rescisão unilateral com o Vasco.

Ele anunciou sua aposentadoria como jogador em abril de 2014, depois de defender o Náutico.

Fonte: ge

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