Consórcio anexou parecer de empresa responsável pelo gramado para vetar jogo do Vasco no Maracanã

Consórcio anexou parecer de empresa responsável pelo gramado para vetar jogo do Vasco no Maracanã Quarta-feira, 22/06/2022 – 19:08 O atrito entre Vasco e dupla Fla-Flu, que administra o Maracanã, teve novo capítulo nesta quarta-feira. O cruz-maltino teve negado o pedido para mandar a partida contra o Sport, dia 3, no estádio. O jogo está inicialmente marcado para São Januário e o Vasco gostaria de transferir o local do duelo.

O consórcio se recusou a alugar o Maracanã para o Vasco com a alegação de que o intervalo de 24 horas entre duas partidas no estádio (o Fluminense atuará contra o Corinthians no Maracanã dia 2) impossibilita que o gramado receba a manutenção devida.

De acordo com a empresa, após a realização de duas partidas no Maracanã, dias 11 e 12 de junho, jogos que tiveram Fluminense e Vasco como mandante, respectivamente, o gramado do estádio apresentou desgaste excessivo, comprometendo a qualidade do campo de jogo.

O Complexo Maracanã anexou ainda à resposta enviada ao Vasco um parecer da empresa Greenleaf, responsável pela manutenção do gramado do estádio, no qual ela recomenda o não aumento no número de jogos realizados no Maracanã, com dois agravantes, o pequeno intervalo entre as partidas e o período de inverno, como obstáculos para a preservação do campo.

“Principalmente no período outono/inverno, torna-se necessário manter intervalo mínimo entre jogos, visto que a grama entra num estado de quase dormência, com seu crescimento praticamente paralisado devido às baixas temperaturas. Além disso, temos na parte oeste e norte pouca quantidade de luz natural e mesmo utilizando o suporte de luz artificial não se consegue suprir a luminosidade necessária”, afirma a Greenleaf em um dos trechos enviados ao Vasco.

Além disso, afirmou que o calendário do consórcio para o estádio em julho conta com a realização de no máximo dez partidas no Maracanã, com a dupla Flamengo e Fluminense ocupando todas as datas, caso avancem na Copa do Brasil.

Segundo a nota assinada pelo CEO do Complexo Maracanã, Severiano Braga, o Vasco deveria ter feito o pedido de aluguel do Maracanã com antecedência superior em relação à data prevista para acontecer a partida, na tentativa de encaixar a demanda do Vasco com as de Flamengo e Fluminense para o mesmo período.

O clube tomou conhecimento da negativa na noite de terça-feira, depois de fazer o pedido para alugar o estádio cerca de uma semana atrás. Nesta quarta-feira, entrou com pedido de reconsideração ao Complexo Maracanã, rebatendo os argumentos dados pela empresa.

– O Vasco da Gama recebeu com surpresa e estupefação o veto à realização de nossa partida contra o Sport no Maracanã. Os argumentos utilizados são pueris e fazem parecer que há de fato um desejo do Consórcio de afastar o Vasco e sua torcida de um bem público que ajudamos a construir. Esperamos que o bom senso possa prevalecer e o conceito óbvio que todos os grandes clubes do Rio devem ter o mesmo tratamento no Maracanã seja de fato cumprido – pontuou o vice-presidente Carlos Roberto Osório.

Em comunicado nesta quarta-feira, o Vasco afirmou:

“Essa ‘regra’ (do impedimento de receber partidas com intervalo de 24 horas) aparentemente só foi criada para justificar a negativa para a realização da partida do Vasco da Gama contra o Sport no Maracanã. Em breve levantamento feito pelo clube, constatou-se que o fato é recorrente no Maracanã, principalmente em jogos envolvendo o CR Flamengo ou o Fluminense FC, inclusive na atual temporada do Campeonato Brasileiro. Em um período de 11 a 17 de outubro do ano 2020 chegaram a acontecer quatro jogos em apenas sete dias. Essa justificativa não pode ser aceita como razoável. O cerceamento do direito do Vasco da Gama de atuar no Maracanã configura, mais uma vez, a falta de igualdade de condições para utilização do estádio pelos grandes clubes do Rio de Janeiro, o que fere diretamente o disposto no termo precário de permissão de uso firmado com o Governo do Estado.

Em outra justificativa infundada para recusar o jogo do Vasco, o Consórcio declara que “já havia um cronograma de jogos no estádio do Maracanã no mês de julho de 2022, que prevê a realização de, no mínimo 08 (oito) partidas de futebol no referido mês, podendo chegar a 10 (dez) partidas, dependendo do desempenho de CR Flamengo e Fluminense FC na Copa do Brasil”. A verdade é que, pelo atual calendário oficial da CBF e Conmebol, se CR Flamengo e Fluminense FC de fato avançarem na Copa do Brasil, o número máximo de jogos no mês de julho no Maracanã somente chegaria a 9 (nove) partidas. Dessa forma não haveria nenhum impedimento para a realização da partida CR Vasco da Gama x Sport Clube do Recife no dia 3/7/2002, que seria a 10ª partida prevista pelo Consórcio para o mês de julho.

Em sua resposta negativa o Consórcio também alega que o Vasco solicitou a disponibilidade do estádio muito próxima da data do jogo, o que não é verídico já que a consulta foi feita com 18 dias de antecedência, no dia 15 de Junho.

Levando em consideração a importância do jogo (segundo contra o quinto colocado da série B, em disputa direta pelo acesso a Série A), no sucesso de público que foi o jogo Vasco x Cruzeiro (inclusive com caravanas e excursões de torcedores vindas de todas as regiões do país), movimentando a economia, gerando receita e renda para empreendedores individuais e para o Estado, o Vasco da Gama repudia a tentativa de impedir que um maior número de seus torcedores possam acompanhar o clube com a utilização de um equipamento público que capacidade três vezes maior que o estádio de São Januário e fica no aguardo de nova manifestação do Consórcio Maracanã”.

Fonte: O Globo

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