Cúpula do Vasco avalia a chegada de um VP de futebol e de um coordenador técnico experiente Quarta-feira, 10/11/2021 – 11:31 Após o vexame do último domingo que tornou ainda mais vergonhosa a participação do Vasco na Série B 2021, o comando do futebol vai mudar para a próxima temporada. Não está definido se o executivo Alexandre Pássaro, atualmente sob forte pressão pelos maus resultados e depois de uma coletiva que pegou mal internamente, sairá ou não. Certo é que o departamento será reestruturado, e essa mudança é discutida em diferentes cenários. Na noite desta terça-feira, o clube se manifestou que nenhum de seus dirigentes concederá entrevistas até a última rodada da Série B. O frequente silêncio, aliás, é algo que rende críticas recorrentes ao presidente Jorge Salgado. Pressão forte pela saída de Pássaro No mesmo informe, o clube destacou que já planeja a temporada 2022. Há uma tendência muito forte por mudanças na estrutura do departamento de futebol. Apesar do apoio de Jorge Salgado, Alexandre Pássaro dificilmente terá carta branca novamente para centralizar as principais decisões. Ou seja, se ficar, provavelmente não liderará o carro-chefe do Vasco. A cúpula vascaína avalia a chegada de um vice-presidente de futebol e de um coordenador técnico, com experiência no meio. A dúvida é quanto à permanência de Pássaro, muito bem avaliado pela modernização no departamento, mas pressionado pelos resultados ruins na temporada. Ele tem contrato até dezembro de 2022. Discurso em coletiva e referência a outros rebaixamentos do Vasco pegam mal Não apenas os vexatórios resultados esportivos ou a equivocada montagem de elenco que colocaram o trabalho de Pássaro em xeque. A entrevista após a derrota para o Botafogo irritou dirigentes e apoiadores de Salgado. A repercussão negativa não se deu apenas internamente, mas também com a torcida nas redes sociais. Figuras de peso classificaram como inadmissível o diretor de futebol ter citado repetidamente os quatro rebaixamentos que o Vasco teve em sua história. Incomodou também o fato de ter lembrado que, ao lado de Fernando Diniz, conduziu o São Paulo à liderança da Série A 2020 com larga vantagem sobre o segundo colocado. No final das contas, porém, quando o executivo já estava em São Januário, o campeão brasileiro foi o Flamengo. Embora tenha citado erros, Pássaro não se desculpou, disse ter dado o melhor de si e insistiu que não faria nada diferente, o que incomodou extremamente pessoas influentes no clube e inflou as redes sociais. – Houve muitos erros, assim como acertos também. Isso é uma coisa clara e que, naturalmente quando se analisa a montagem do elenco, tem que falar nomes. Mas aqui eu não vou expor absolutamente ninguém. Eu não sei ser diferente, é o que eu acredito. O trabalho que eu fiz aqui esse ano é o mesmo de um ano atrás quando o São Paulo, onde eu estava, liderava o campeonato com 10 pontos à frente e estava na semifinal da Copa do Brasil. É o mesmo trabalho que liderou o Brasileiro em 2018. – Esse trabalho é o que eu sei fazer, é o que me trouxe até aqui. Caso eu entenda, daqui até o dia 31 de dezembro, que essa minha forma de trabalhar é uma parte do problema do Vasco e não da solução, o problema está solucionado. Eu sei errar e aprender. Hoje com esse fracasso do Vasco de não conseguir subir para a Primeira Divisão, eu sou um profissional muito melhor do que era um ano atrás. Tenho a tranquilidade e a certeza de que a gente vai andar para a frente. Apreço de Salgado e elogios por organização do departamento Pássaro, no entanto, goza de prestígio interno, especialmente pela reestruturação do futebol. O departamento era considerado desorganizado, informal e sem processos antes da chegada dele. A habilidade nas negociações de rescisões contratuais após o rebaixamento também é elogiada. Jorge Salgado não se cansa de elogiar Pássaro publicamente e internamente. Até por isso a continuidade no clube em 2022 não está descartada. É unanimidade, no entanto, que a atual estrutura fracassou e precisa ser remodelada. A chegada de um VP e de um coordenador que cuide do campo e bola para a pasta são as principais discussões de momento. Resta saber se Pássaro toparia continuar em meio a mudanças e a eventuais perdas de poder e no aspecto financeiro. No domingo, ele contestou a cobrança por mudança no organograma do departamento de futebol. – Se pegar janeiro, fevereiro, o que se falava era da necessidade de profissionalização do clube. Agora em novembro, se volta ao assunto (chegada de um VP)… Quer dizer que, nas outras vezes que o Vasco caiu, as pessoas que comandavam não eram vascaínas? Não conheciam o Vasco de cabo a rabo? – questionou Alexandre Pássaro.